Conhecida como doença silenciosa, por na maior parte das vezes não causar alterações físicas externas em pessoas que a desenvolvem, a fibromialgia é uma síndrome que atinge mais de 6 milhões de brasileiros.
A síndrome se caracteriza por causar diversas dores no corpo, principalmente nos músculos, por longos períodos de tempo, mesmo que a pessoa não tenha tido nenhum tipo de lesão. Outras consequências da síndrome são problemas durante o sono, já que geralmente as pessoas afetadas pela síndrome tem o sono interrompido pelas dores, alterações de memória e atenção, além de ansiedade, depressão, alterações intestinais e fadiga.
A doença não é detectável por meio de exames laboratoriais e seu diagnóstico é feito clinicamente por um médico da área de reumatologia, área da medicina que estuda doenças que acometem os tecidos conjuntivos, entre eles os músculos, que são o foco das dores causadas pela fibromialgia. Para o diagnóstico, o reumatologista fará uso de exames físicos e histórico dos sintomas do paciente, que precisa apresentar dor em ao menos 11 pontos dos 18 pontos musculares examinados pelo médico.
Apesar de não se ter informações sobre a causa da doença, existem pesquisas que indicam o surgimento dos sintomas após um evento traumático, que pode ser físico, psicológico ou uma infecção grave.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia – SBR, a fibromialgia é mais comum entre pessoas de 30 a 60 anos, porém, a síndrome pode se manifestar também em pessoas mais velhas, crianças e adolescentes. Ainda segundo a SBR, cerca de 80% dos pacientes diagnosticados com fibromialgia são mulheres, o que as torna um grupo de risco da síndrome.
Mesmo atingindo mais de 6 milhões de pessoas no Brasil a fibromialgia não é uma doença que faz parte do imaginário da população, ou que é discutida com frequência, e notando a defasagem quanto a informação fornecida a população sobre a doença e o seu tratamento, além da capacitação de profissionais que fazem parte da saúde pública, o deputado estadual Francisco Jr, ainda no ano de 2014, apresentou projeto de lei que estabelecia uma política estadual de conscientização e informação sobre a fibromialgia.
O projeto se tornou lei no ano de 2015 e institui no estado de Goiás a Política Estadual de Conscientização e Informação sobre a Fibromialgia, que compreende ações como: campanha ampla de divulgação e conscientização sobre a doença, promoção da saúde na rede pública em conjunto com a capacitação de seus profissionais, o que garante ao paciente uma equipe qualificada de acompanhamento, orientações quanto aos benefícios e malefícios do tratamento realizado a partir de medicamentos, além de indicação e estímulo para a realização de um tratamento baseado em prática de exercícios físicos e alongamentos, e por fim, o desenvolvimento de programa de estímulo e financiamento de pesquisas na área do diagnóstico da fibromialgia.
Ao defender o projeto Francisco Jr destacou a importância de investimentos em pesquisas que possam auxiliar o paciente “Como não existem exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento. Para tanto, é necessário investimentos para o desenvolvimento de pesquisas para novas formas de diagnóstico”.